Senadores preparam um roteiro de assuntos e depoimentos a serem tratados na CPI da covid. A comissão, que seria instalada até esta quinta-feira (22), deve ficar para a semana que vem.
No Planalto, já circula a informação de que pelo menos 15 integrantes do governo devem se explicar à CPI. O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, é presença garantida. Já Paulo Guedes, da Economia, pode ficar de fora. As informações são do Jornal da Band.
A comissão ainda nem foi instalada, mas já tem uma proposta de plano de trabalho. A intenção é dividir a investigação em subrelatorias, que seriam tocadas pelos escolhidos do relator geral, que deve ser o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Serão quatro tópicos principais sob investigação:
Vacinas: para apurar contratos, cronograma das ações e demora na campanha de imunização.
Colapso em Manaus: requisição de documentos dos governos federal, estadual e municipal diante da falta de oxigênio.
Insumos para tratamentos: investiga o suposto incentivo da união ao uso de remédios sem eficácia comprovada, além da falta de medicamentos para intubação.
Uso de verbas federais: repassadas a estados e municípios, com a possibilidade de quebra de sigilos.
O atual ministro da Saúde Marcelo Queiroga e os outros ex-ministros da pasta durante o governo Bolsonaro (Eduardo Pazuello, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta) vão ser ouvidos.
Já há acordo entre 8 dos 11 integrantes da CPI para aprovar esse roteiro. Governistas pressionam para ficar pelo menos com a subrelatoria, que vai investigar o dinheiro recebido por governadores e prefeitos. O principal argumento de Jair Bolsonaro é que o Ministério não pode ser cobrado pela incompetência alheia.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), está consultando os parlamentares para instalar a comissão em 27 de abril.